Revirando as gavetas, encontrei o certificado da foto. O evento era a Mostra de Projetos 2012 | SESI Estratégias para o desenvolvimento local e o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do milênio. E o projeto MOVIMENTO LONDRINA CRIATIVA foi selecionado para representar a cidade. A ideia era fazer ver que Londrina é uma cidade criativa e valorizar e promover a nossa produção cultural, artística e científica, mostrando que o desenvolvimento cultural é um componente fundamental de sua identidade e economia.
Se me perguntar se ainda acredito nisto, direi que sim. Não só acredito como propago esta fé. Vivi em uma cidade criativa, durante seis meses vivi em Utreque na Holanda, cidade Criativa da Literatura. A cidade respira literatura, são diversos projetos. Seu título se traduz em mais de 150 projetos relacionados à literatura. De poemas escritos em paredes, a um festival de poesia que tem uma plateia de duas mil pessoas. Uma comunidade que preserva o seu passado e pensa no que deixará para o seu futuro. Dois projetos dizem isto em ações.
The letters of Utrech, um poema sem fim, escrito em uma letra por sábado, um verso por ano, sem fim. Um caminho que deixará um legado aos que virão. Do pensamento e emoção do seu povo. E outro projeto que destaquei é Lonelly Funeral, é como eles dizem “uma compensação pela comunidade ter sido negligente.” Quem morre sem parentes ou amigos, e sem quem custeie seu funeral, o município o faz. Custeia o enterro e um poeta, que escreve um poema baseado nas poucas informações que consegue. Um poeta detetive, para um adeus.
Cidades criativas tendem a criar um ambiente favorável para diversas expressões culturais. Elas buscam desenvolver e apoiar infraestruturas, espaços e programas que incentivem a colaboração entre os setores criativos, o empreendedorismo cultural, a educação artística e a preservação do patrimônio cultural.
A economia criativa pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento sustentável dos municípios, pois permite a diversificação econômica. A economia criativa abrange setores como artesanato, design, mídia, tecnologia, turismo cultural, entre outros. Essa diversificação econômica pode reduzir a dependência de setores tradicionais, promovendo a criação de empregos e impulsionando o crescimento econômico. Atua diretamente na preservação do patrimônio cultural e ambiental.
Ao valorizar e comercializar a cultura local, arte, tradições e recursos naturais de maneira sustentável, a economia criativa pode incentivar a preservação do patrimônio cultural e ambiental, gerando consciência e valorizando a identidade local. Setores como turismo cultural, gastronômico e criativo são os atraentes para turistas, o que promove a geração de renda e empregos locais. Lembrando que é essencial desenvolver práticas de turismo sustentável que minimizem o impacto negativo no meio ambiente e na cultura local.
A economia criativa está intrinsecamente ligada à inovação e à adoção de novas tecnologias. Isso pode estimular a criação de soluções inovadoras para desafios locais, impulsionando o desenvolvimento sustentável por práticas mais eficientes e ambientalmente amigáveis. Londrina é reconhecida internacionalmente por seus profissionais, sem falar na UEL, que é o ninho destas mentes brilhantes.
Eu gosto deste leque amplo, que vai de um chip à feirinha de artesanato. A economia criativa oferece oportunidades para empreendedores locais e indivíduos criativos. Ela pode ser uma ferramenta para promover a inclusão social, capacitando grupos marginalizados e incentivando a participação ativa na economia local. Mas para isto acontecer é crucial haver políticas públicas favoráveis, investimentos em infraestrutura e acesso a fundos.
A ideia já tem 12 anos, mas nunca foi tão necessário falar sobre.
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